sexta-feira, 26 de outubro de 2007

3:37

Como poderia não vigiar para ouvir o sabiá da madrugada? Sua árvore é um extraordinário local de orações! Me atrai e esculpe em mim um coração monumental em pedra sólida, cheio de propósito, cheio de ninguém.

O silêncio com ele se torna óbvio. Tatua em meu peito um síbolo dos céus.

Não posso viver sem o sabiá da madrugada. Quando ele não está presente eu o invento em mim. Ele é água que solta minhas amarras. Eu afundo e serpenteio, como um cometa que fecunda a poeira das estrelas. Eu fui a serpente engolida pelo tubarão, que se tornou constelação no céu de sua barriga. Eu sou o cântico do sabiá da madrugada.

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