Eu nunca fui capaz de entender por que alguém pode usar livremente os símbolos do comunismo e imaginar que está identificando-se com algo de bom. Para mim esse símbolo chega a ser mais corrupto e vil que a suástica nazista. Quando penso no que o comunismo fez com países como o Tibet, e que a quantidade de assassínios propagados pelo fanatismo a esse sistema político, em número assustadoramente maior que o das vítimas do holocausto, entendo que usar qualquer desses signos malditos é se associar a algo repugnante, mas ninguém parece ter consciência disso. Para mim a estrela comunista, a mesma que faz parte da bandeira da China ou do Partido dos Trabalhadores no Brasil, não passa de mais uma suástica de morte. Por esse símbolo milhares de vidas e de templos foram destruídos no Tibet, com a prerrogativa de que a religião é um veneno, e uma das culturas tradicionais mais belas e ancestrais que existem foi e é a cada dia levada a uma violência que destoa de todos os seus mais belos princípios, demonstrando a maldição que toma a vida cada vez que se troca algo sagrado por um punhado de ideais idiotas e totalitaristas. Neste ano em que as Olimpíadas da China levantam novamente velhas feridas e questões da humanidade, é apenas sensato dizer que comunismo e nazismo se igualam em atrocidades cometidas contra a humanidade, e que evolução e revolução raramente andam lado a lado. Da mesma forma identidades nacionais baseadas em antigos costumes tribais foram ameaçadas em todo o mundo celta, e tomar lados nesta questão é simplesmente um passo a ser dado por qualquer um que esteja ligado por laços de sangue ou afeto à ideologia que hoje se conhece por folk.
O que acontece diáriamente no Tibet é uma das maiores vergonhas de uma humanidade que já tem muito pouco de que se orgulhar. Talvez seja estúpido e ingênuo escrever um texto em um blog sobre isso, mas é a única coisa que posso fazer no momento para aliviar minha revolta. De qualquer maneira não é em vão, dizer algumas palavras ao vento, melhor que elas existam de qualquer maneira... Como membro de uma banda de música celta, acho impossível não sofrer um pouco em público por uma cultura tradicional que tanto me faz lembrar a dos Druídas, inclusive nas estarrecedoras semelhanças entre seus instrumentos musicais e costumes tribais, e na forma como ela é ameaçada por um mundo infinitamente menos sensível à sacralidade da Natureza, que em apoio a ideais brutais travestidos de uma aura de “bons costumes” e de “justiça social” é capaz de derrubar todo um mundo.
Fica aqui mais uma voz de revolta e de amor, e de clareza quanto a todas essas ilusões que nunca fui capaz de aceitar. A única revolução capaz de fazer algo pela humanidade é uma revolução de amantes, e o meu desejo nesta noite é de paz e liberdade para todos os povos tradicionais, com sua devoção pela Terra e por seus espíritos que os materialistas malditos querem que acreditemos que não existem, que são contos de fadas para crianças, coisa de selvagens ignorantes e supersticiosos. Free Tibet!